[PRAIA] GRAND SLAM DE LONG BEACH (EUA) - DIA 5
LARISSA/TALITA E ALISON/BRUNO SCHMIDT VENCEM DONOS DA CASA NAS FINAIS E CONQUISTAM O GRAND SLAM DE LONG BEACH
23/08/2015 – Fonte: CBV - Larissa e Talita (PA/AL) escreveram mais um capítulo da acirrada rivalidade entre Brasil e Estados Unidos na história do vôlei de praia. Na tarde deste domingo (23), as campeãs brasileiras venceram a tricampeã olímpica Kerry Walsh e sua parceira, a medalhista olímpica April Ross, por 2 sets a 0 (21/18 e 21/16), em 54 minutos, na final do Grand Slam de Long Beach, na casa das adversárias.
Este foi o oitavo ouro de duplas brasileiras femininas em 11 etapas disputadas no Circuito Mundial 2015. A vitória rende uma premiação de 57 mil dólares às campeãs, que também somam 800 pontos no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e na corrida olímpica brasileira. A capixaba e a sul-mato-grossense lideram a disputa por uma vaga aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com 4.040 pontos.
A corrida olímpica brasileira será definida da seguinte forma: uma dupla masculina e uma feminina conquistarão a classificação para os Jogos de 2016 com a pontuação obtida nos nove principais eventos do Circuito Mundial 2015 (cinco Grand Slams, três Major Series e Open do Rio). Os times descartarão os dois piores resultados ao longo da campanha.
Na visão de Franco Neto, gerente de seleções de praia da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), os resultados apresentados pelas duplas do país ao longo do Circuito Mundial e, consequentemente, da corrida olímpica, são reflexos do planejamento e respaldo da entidade visando a principal competição do planeta.
"Conseguimos oferecer o suporte para que as equipes na disputa da corrida olímpica pudessem apresentar seu melhor voleibol, principalmente em relação ao apoio da comissão técnica. Os resultados mostram que esse trabalho não foi uma despesa, e sim um investimento, pois os números estão aparecendo. Agora estamos aguardamos a definição dos times e a segunda etapa da preparação é justamente os Jogos Olímpicos, com os esforços voltados aos times classificados visando o projeto que traçamos desde o início", disse o ex-jogador.
Este é o oitavo título de Circuito Mundial da dupla brasileira, o quarto apenas nesta temporada - elas já haviam vencido o Grand Slam de Moscou e os Major Series de Porec e Gstaad em 2015. Em toda carreira, Larissa soma 54 medalhas de ouro em etapas internacionais, sendo a maior vencedora da história. Já Talita alcança sua 26ª conquista somando títulos com outras parceiras, aparecendo na sétima colocação geral da história.
"O foco é a classificação para os Jogos Olímpicos, na corrida olímpica. Mas estamos muito tranquilas, pensando jogo a jogo, passo a passo. Hoje celebramos, mas amanhã pensamos no Grand Slam da Polônia e só terminará no Open do Rio, na nossa casa. Até lá tudo pode acontecer", analisou
O jogo
As brasileiras começaram com superioridade logo nos pontos iniciais, onde a parceria abriu 2/0. As norte-americanas reagiram e diminuíram a vantagem para 3/2 com Ross. O fato de a tricampeã olímpica estar com o ombro direito longe das condições ideias, tendo que sacar por baixo, facilitava a recepção verde-amarela e consequentemente os ataques em profundidade. Após grande saque de Talita, a dupla abriu três pontos de frente, com 8/5, e começou a descolar no marcador do primeiro set.
Fora das quatro linhas a equipe de animação e a torcida que lotou a arena central não deixavam as donas da casa desanimarem. Dentro delas, no entanto, as campeãs brasileiras seguiam dominando as ações - agora com seis pontos de frente (12/6). Após a parada técnica, o time adversário adotou uma postura mais agressiva e diminuiu a diferença para um único ponto, com 16/15. Mas com uma cortada de Talita, o Brasil encaminhou a vitória no primeiro set, fechado em 21/18 após erro não forçado de Ross.
A segunda etapa começou com maior equilíbrio com as duas equipes confirmando seus serviços. Na casa dos sete pontos as brasileiras conseguiram abrir dois de vantagem, com a atleta do top número 2 levando a melhor nas subidas ao ataque.
A partir daí a liderança foi se consolidando, apesar de apertada, e se mostrou suficiente para Talita e Larissa controlarem a partida. Os times alternaram bons momentos até que em um saque de Talita a parceria fechou o set em 21/16 e o jogo em 2 sets a 0.
"Foi bonito, muito legal vencer as norte-americanas na casa delas. Adoro jogar desse jeito, a torcida em peso gritando para elas, acho isso muito bacana. E jogar contra elas é sempre bom, um desafio a mais. Tenho lembranças de vários jogos sensacionais que fizemos contra os EUA e hoje conseguimos mais uma vitória importante. A Talita jogou muito, e o título é nosso", comemorou Larissa após o ouro.
De acordo com Talita, que foi o grande destaque da partida decisiva, apesar da lesão de Kerry Walsh, as adversárias contavam com grande força defensiva, e explorar esse ponto forte foi o caminho para a vitória.
"Foi um jogo difícil. A gente se preparou bem, pois sabíamos que seria um jogo diferenciado. A Walsh não estava atacando, mas mesmo assim elas têm um sistema defensivo e um saque muito bom. Focamos na nossa virada de bola e nos momentos em que ela não estavam bem no ataque", analisou Talita.
A próxima parada é no Grand Slam da Polônia, em Olsztyn, de 25 a 30 de agosto. Este é o terceiro ano consecutivo que Long Beach recebe uma etapa do tour mundial, todos disputados na Praia de Alamitos. Outras nove cidades já sediaram eventos nos Estados Unidos. O município fica no condado de Los Angeles, no sul da Califórnia, na costa do Pacífico.
Na final masculina, Alison e Bruno Schmidt (ES/DF) completaram a festa brasileira na casa dos nossos maiores rivais no vôlei de praia. Horas após o título de Larissa e Talita no torneio feminino, foi a vez deles superarem os norte-americanos Dalhausser/Lucena na decisão do torneio masculino: 2 sets a 1 (21/16, 20/22, 15/13), em 1h15. É o quarto ouro consecutivo da dupla no Circuito Mundial 2015.
Alison e Bruno Schmidt já tinham subido ao lugar mais alto do pódio no Campeonato Mundial, na Holanda, e no Major Series de Gstaad (Suíça) e Grand Slam de Yokohama (Japão). A quarta vitória seguida iguala uma marca de 2010 do próprio Dalhausser, superado na final. Naquele ano, ele e o parceiro Todd Rogers venceram cinco eventos em sequência. Desde então, nenhuma dupla havia conseguido repetir tal marca.
"O sentimento é o melhor possível, é incrível. Poder igualar esse recorde de vitórias seguidas é maravilhoso. Estava bastante quente aqui na Califórnia, o Brasil tem uma concorrência muito grande para os Jogos Olímpicos de 2016 e nosso time vem se superando a cada dia mais, indo ao limite e queremos mais. Venho amadurecendo cada vez mais com o meu parceiro Bruno e podendo ajudá-lo cada vez mais", disse Alison após o ouro.
Este foi o quinto ouro de duplas brasileiras masculinas em 11 etapas disputadas no Circuito Mundial 2015. A vitória rende uma premiação de 57 mil dólares aos campeões, que também somam 800 pontos no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e na corrida olímpica brasileira. O capixaba e o brasiliense lideram a disputa por uma vaga aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com 3.920 pontos.
Juntos desde 2014, Alison e Bruno somam cinco títulos de etapas internacionais. Em toda carreira, Alison soma 16 medalhas de ouro no Circuito Mundial, enquanto Bruno Schmidt já subiu ao lugar mais alto do pódio em sete oportunidades.
O Jogo
Assim como na final do torneio feminino, que antecedeu a decisão masculina, a torcida norte-americana lotou a arena central e empurrou a equipe dona da casa desde a apresentação das equipes - afinal de contas, os anfitriões já haviam levado a pior entre as mulheres.
O início do jogo foi uma prévia do equilíbrio entre os times ao longo da decisão. O primeiro ponto foi brasileiro, com Bruno Schmidt subindo no terceiro andar. Os adversários não sentiram o golpe e aos gritos de "USA" viraram a partida para 2/1, no bloqueio de Dalhausser. Sem afobação, os brasileiros devolveram a quebra em 4/3, mas os americanos logo retomaram a ponta, novamente com a força de Dalhausser (7/5).
O Brasil voltou novamente a igualar o placar outras duas vezes antes da marca de 10 pontos, quando os Estados Unidos conseguiram vantagem de dois pontos (10/8). Com Nick Lucena implacável na defesa, os rivais ampliaram a vantagem para 12/8, e foram em vantagem para a pausa técnica.
Faltava ao time brasileiro a força de Alison na rede. Ela apareceu na sequência do set, onde a parceria diluiu a diferença, empatou em 13/13 e retomou a liderança no set em 17/14, após ace de Bruno Schmidt. A partir daí, só deu Brasil. Com o jogo encaixado e explorando o fundo de quadra os campeões mundiais abriram 20/15 e fecharam a parcial em 21/16, com "Mamute" no ataque.
Assim como na primeira etapa, as equipes começaram o segundo set em ritmo intenso, mas com os Estados Unidos levando vantagem. O gigante Phil Dalhausser, de 2,05m, e que conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, se impôs na rede e abriu 8/3. Lucena/Dalhausser se desdobrou para manter a larga vantagem de frente ao longo do set. Apesar da pressão de Alison e Bruno Schmidt, que salvaram dois set points, o time americano conseguiu levar a partida para o set desempate, com 22/20.
O tie-break foi equilibrado, com os times conquistando vantagens mínimas. Perto da casa dos dez pontos, dois bloqueio de Alison deram moral à dupla do Brasil. Em seguida um lance incrível parecia indicar os vencedores. Bruno Schmidt defendeu passando a bola para o outro lado da quadra. Lucena tentou um golpe de vista, mas a bola acabou beliscando a linha, anotando 13 a 10 para o time brasileiro.
Um ataque de Bruno Schmidt, que Dalhausser não conseguiu defender, deu o ponto do jogo aos campeões mundiais. Os norte-americanos salvaram duas vezes o match point, mas Alison cravou a bola em linda diagonal, anotando 15 a 13 e conquistando outro ouro ao país.
A próxima parada é no Grand Slam da Polônia, em Olsztyn, de 25 a 30 de agosto.
Em 2015, o calendário do Circuito Mundial prevê cinco Grand Slams, três Major Series, dez Opens, o Campeonato Mundial e o World Tour Finals, que reunirá apenas os oito melhores times da temporada de cada gênero.
CONFIRA A CORRIDA OLÍMPICA BRASILEIRA:
Feminino:
Larissa/Talita - 4040
Ágatha/Bárbara Seixas - 3920
Juliana/Maria Elisa 3320
Fernanda Berti/Taiana - 2080
Maria Clara/Carol - 1760
Lili e Carolina Horta - 1320
Masculino:
Alison/Bruno Schmidt - 3920
Pedro Solberg/Evandro - 3560
Ricardo/Emanuel - 2760
Álvaro Filho/Vitor Felipe - 1040
BRASIL NO CIRCUITO MUNDIAL 2015:
Open de Praga
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Duda/Elize Maia - bronze
Grand Slam de Moscou
Larissa/Talita - ouro
Evandro/Pedro Solberg - prata
Major Series de Porec
Larissa/Talita - ouro
Major Series de Stavanger
Evandro/Pedro Solberg - ouro
Juliana/Maria Elisa - ouro
Ágatha/Bárbara Seixas - prata
Grand Slam de São Petersburgo
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Juliana/Maria Elisa - prata
Fernanda Berti/Taiana - bronze
Campeonato Mundial da Holanda
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Fernanda Berti/Taiana - prata
Juliana/Maria Elisa - bronze
Evandro/Pedro Solberg - bronze
Major Series de Gstaad
Larissa/Talita - ouro
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Fernanda Berti/Taiana - prata
Grand Slam de Yokohama
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Ágatha/Bárbara Seixas - prata
Grand Slam de Long Beach
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Larissa/Talita - ouro